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Revisão Trimestral
Uma análise aprofundada dos mais recentes desenvolvimentos econômicos e de mercado
 
Publicação | Quarto Trimestre de 2025
 
 
 
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Julho foi marcado por forte tensão nos mercados internacionais, com a escalada da política tarifária do governo Trump. As negociações de tarifas geraram incertezas no comércio global, afetando expectativas de demanda, produção e crescimento. Apesar disso, acordos de investimentos de larga escala e compromissos bilaterais significantes foram firmados1 2. O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, manteve as taxas de juros inalteradas, adotando uma postura cautelosa e baseada em dados, mesmo sob pressão política da Casa Branca3 4.

Na segunda metade do mês, os holofotes se voltaram para a temporada de balanços. Surpresas positivas, especialmente entre empresas de tecnologia com foco em inteligência artificial, dominaram o cenário5. Os dados macroeconômicos foram mistos: o PIB dos EUA mostrou recuperação no segundo trimestre, mas os números de emprego decepcionaram6. A China manteve estabilidade aparente, embora sinais de desaceleração nos investimentos e no setor imobiliário tenham gerado preocupações. Na Europa, o crescimento modesto e a queda nas vendas do varejo refletiram um ambiente econômico incerto, com inflação em queda, mas riscos comerciais persistentes7. Os mercados acionários atingiram máximas históricas antes de uma leve correção; o Bitcoin também bateu recordes, enquanto os mercados de renda fixa oscilaram conforme os sinais econômicos e políticos.



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Em agosto, os resultados corporativos continuaram a impulsionar os mercados, com mais de 80% das empresas superando as expectativas de receita e lucro8. Gigantes como Nvidia, Palantir e UnitedHealth lideraram os ganhos. A política comercial dos EUA se intensificou, com novas tarifas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos9. O ambiente institucional ficou mais turbulento, com o presidente Trump pressionando o Fed por mudanças na política monetária10. A baixa liquidez típica do período, as negociações frágeis entre Rússia e Ucrânia e a expectativa de flexibilização monetária em setembro mantiveram os mercados voláteis.

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Setembro começou com otimismo moderado. Dados fracos de emprego11 e inflação nos EUA levaram o mercado a especular até mesmo sobre um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros do Fed. Com resultados corporativos fortes, as bolsas se mantiveram em alta. Na Europa, o Banco Central Europeu manteve as taxas12, demonstrando confiança na resiliência da região. A política também trouxe instabilidade, com a renúncia do primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu13 e o assassinato do ativista Charlie Kirk nos EUA. A China apresentou dados fracos de produção e consumo14, enquanto o Japão sinalizou possível aperto monetário15. O dólar perdeu força, o Bitcoin se manteve estável e o ouro atingiu novos recordes. As tensões geopolíticas continuaram, com novas sanções da União Europeia contra a Rússia16 e um ataque israelense a Doha17.

O otimismo foi reforçado no fim do mês com o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Fed, impulsionado por expectativas de melhora nas relações entre EUA e China e dados positivos de pedidos de seguro-desemprego18. No entanto, novas tarifas19, aumento nos custos de vistos, sinais de estagnação na Europa20 e preocupações com a economia alemã21 pressionaram os mercados. O risco de paralisação do governo americano também ganhou destaque22. Ainda assim, o índice S&P 500 encerrou o mês em máximas históricas, com alta de 7% no terceiro trimestre. No entanto, esses últimos acontecimentos deram ao final do mês um tom mais cauteloso.

Diante desse cenário global complexo e dinâmico, reforçamos a importância de manter uma carteira bem diversificada, tanto em classes de ativos quanto em regiões geográficas. Mudanças na política comercial, tensões geopolíticas e decisões de política monetária continuam influenciando os mercados. Por isso, a gestão ativa é essencial. Uma alocação estratégica e uma seleção criteriosa de ativos são fundamentais para enfrentar a volatilidade e preservar o equilíbrio dos investimentos.

A seguir, apresentamos um resumo das principais visões de alocações para os próximos meses, conforme nossos parceiros estratégicos.

Ações dos Estados Unidos
Morgan Stanley e BlackRock estão ambos com posição acima da média em ações dos EUA, citando forte potencial de lucros. A Morgan Stanley favorece empresas de grande capitalização. Enquanto isso, a Franklin Templeton está otimista com empresas de pequena capitalização, apontando para a recente valorização e resiliência após os cortes nas taxas de juros. A Ninety One adota uma visão mais neutra, mas observa que muitas empresas listadas nos EUA obtêm receitas no exterior e podem se beneficiar de um dólar mais fraco. Em termos de estilo, tanto Morgan Stanley quanto Ninety One favorecem ações de qualidade: a Morgan Stanley vê qualidade como uma postura defensiva diante do crescimento mais lento, enquanto a Ninety One prioriza empresas resilientes com desempenho financeiro robusto como pilares estratégicos na alocação de portfólio, especialmente em cenários de juros reduzidos.

Ações da Europa
Morgan Stanley e BlackRock mantêm uma visão neutra sobre ações europeias, mas com abordagens distintas. A Morgan Stanley favorece empresas de médio porte na Alemanha e o setor bancário, enquanto a BlackRock identifica oportunidades em segmentos ligados à defesa, infraestrutura e serviços financeiros. Já a Franklin Templeton adota uma postura mais construtiva, destacando a melhora nas condições financeiras, o avanço de reformas e valuations descontados como vetores de crescimento.
Os três gestores convergem na visão positiva sobre o setor financeiro europeu. Além disso, Morgan Stanley e Franklin Templeton enxergam valor nos ativos cíclicos da região. A Morgan Stanley ressalta motores estruturais de crescimento, enquanto a Franklin Templeton vê espaço para expansão de lucros e múltiplos, caso a atividade econômica se intensifique.

Ações de Mercados Emergentes
Morgan Stanley e BlackRock mantêm uma postura neutra em relação às ações de mercados emergentes, mas com perspectivas distintas. A Morgan Stanley vê suporte no crescimento resiliente da economia dos EUA e nas tendências globais de inteligência artificial, que podem beneficiar empresas emergentes integradas a essas cadeias. Já a BlackRock reconhece valuations atrativos e políticas econômicas favoráveis em alguns países, mas adota cautela diante dos riscos geopolíticos que ainda pesam sobre a classe de ativos.
Por outro lado, a Franklin Templeton apresenta uma visão mais otimista, projetando forte crescimento de lucros nos mercados emergentes, com destaque para economias como a Índia, que combinam demografia favorável e reformas estruturais. A gestora Ninety One também reforça o argumento de reavaliação da exposição à região, apontando melhorias estruturais e menor volatilidade como fatores que elevam a qualidade e a relevância global dos mercados emergentes dentro de uma carteira diversificada.

Renda Fixa dos EUA
Nos Estados Unidos, a Morgan Stanley mantém uma posição abaixo da média em duração, antecipando alta nos rendimentos de curto prazo diante de um cenário de crescimento econômico mais robusto e menor expectativa de cortes de juros. A BlackRock, por sua vez, está neutra em relação aos Treasuries, tratando os títulos de curto prazo como alternativas ao caixa e projetando queda nos rendimentos de longo prazo caso o mercado de trabalho perca força.
No segmento de crédito, a Morgan Stanley favorece títulos de alto rendimento (high yield) em detrimento dos de grau de investimento (investment grade), citando spreads comprimidos e baixa convexidade como fatores de risco para IG. A Schroders adota uma postura mais cautelosa em relação a ambos os segmentos, apontando valuations esticados. Já a BlackRock demonstra preferência por IG de curto prazo, está sublocada em IG de longo prazo e vê o HY como relativamente mais atrativo no atual contexto.
Entre os ativos de renda fixa, os três gestores convergem na visão positiva sobre os mercados de ABS (Asset-Backed Securities) e MBS (Mortgage-Backed Securities), destacando seus rendimentos competitivos, fundamentos sólidos e suporte de tendências estruturais como argumentos para alocação com alta convicção.

Renda Fixa Europeia
A Morgan Stanley favorece a renda fixa europeia por seus spreads mais amplos e menores taxas de inadimplência, com preferência particular por títulos de alto rendimento devido ao perfil de renda mais forte. A BlackRock também vê valor na dívida soberana de mercados desenvolvidos fora dos EUA, citando preços mais atrativos em relação aos spreads comprimidos no crédito global de grau de investimento.

Dívida de Mercados Emergentes
A Morgan Stanley mantém uma posição acima da média em dívida de mercados emergentes em moeda forte, destacando o menor risco de inadimplência e spreads atrativos ajustados à qualidade, mesmo diante de valuations mais apertados. Em relação à dívida em moeda local, está neutra, ponderando o fortalecimento do dólar frente ao desempenho mais fraco de outras moedas, como o euro.
A Schroders adota uma postura amplamente construtiva, identificando valor tanto na dívida de alto rendimento em dólar quanto nas taxas locais — incluindo instrumentos denominados em euro, onde a Morgan Stanley se mostra mais cautelosa.
Já a BlackRock está sublocada em dívida de mercados emergentes em moeda forte, avaliando que os spreads estão próximos das médias históricas. Por outro lado, favorece seletivamente a dívida em moeda local, especialmente em países que oferecem taxas reais de juros mais elevadas, o que pode representar uma oportunidade de carry atrativo com menor risco cambial.

Vantagem Extra: Infraestrutura e Estratégias de Carry em Câmbio
Alguns gestores estão encontrando oportunidades táticas além das classes de ativos tradicionais. Morgan Stanley e BlackRock veem valor em adicionar retorno via estratégias de câmbio. A Morgan Stanley destaca o câmbio como uma forma de impulsionar o retorno do portfólio. A BlackRock observa que a proteção cambial agora é uma fonte de renda e exemplifica isso com títulos soberanos de 10 anos da França ou Espanha, que — quando protegidos contra variação cambial para dólares americanos — oferecem mais renda do que crédito de grau de investimento dos EUA, com rendimentos acima de 5%.

Outra vantagem está na infraestrutura: a Franklin Templeton identifica infraestrutura listada — especialmente serviços públicos — como uma aposta de crescimento de longo prazo. Serviços públicos, que incluem empresas que fornecem serviços essenciais como eletricidade e água, estão sendo transformados pelo avanço da IA e da computação em nuvem, impulsionando investimentos massivos em redes elétricas e capacidade de geração.

Fontes:
  1. South Korea Gets Its Trade Deal with the United States
  2. Global Markets Mixed as Tariff Deadline Looms - WSJ
  3. Federal Reserve Board - Federal Reserve issues FOMC statement
  4. Trump presses Powell to cut rates during tense visit to Fed | Reuters
  5. Second Quarter Earnings Season: Google Reinforces The AI Story
  6. Gross Domestic Product, 2nd Quarter 2025 (Second Estimate) and Corporate Profits (Preliminary) | US Bureau of Economic Analysis (BEA)
  7. pages.mckinsey.com/GEI-report?
  8. S&P 500 Earnings Dashboard 25Q2 | August. 15, 2025 | Lipper Alpha Insight | LSEG
  9. US to initially impose 'small tariff' on pharma imports, Trump says | Reuters
  10. Trump’s move to take over the Fed, fire Lisa Cook adds new risks - The Washington Post
  11. Jobs Report Shows Hiring Slowed in August; US Created 22,000 New Jobs, Below Expectations - WSJ
  12. Christine Lagarde - President of the ECB - Press
  13. French government collapses as PM Francois Bayrou loses confidence vote
  14. China's economy slumps in August, casts doubt on growth target | Reuters
  15. Several BOJ Policymakers Called for Rate Hikes: Summary | Nippon.com
  16. Sanciones contra Rusia aplicadas por la UE en respuesta a la invasión de Ucrania - Comisión Europea
  17. Qatar strikes: What we know of Israel's attack on Hamas leaders in Doha
  18. News Release Unemployment Insurance Weekly Claims
  19. Trump hikes tariffs on heavy trucks, pharma and kitchen cabinets
  20. Europe’s economy at last shows signs of a recovery
  21. German unemployment rises more than expected in September | Reuters
  22. The federal government could shut down soon. Here’s what you need to know | CNN Politics
  1. PowerPoint Presentation
  2. Emerging markets debt investment views – September 2025
  3. Unconstrained fixed income views: September 2025
  4. Hidden GEMs: How emerging markets are rewriting the volatility playbook | Ninety One
  5. Hiking the narrow ridge: seven market themes for investors | Ninety One
  6. From the Market Desk: The rise of the small caps | Franklin Templeton
  7. Value Vantage Point: Value, not politics, can continue to drive European stocks | Franklin Templeton
  8. Infrastructure in the rapidly changing policy landscape | Franklin Templeton
  9. BII Global weekly commentary



 
 

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